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Dezembro 2014

Poesia Contemporânea

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Para ser considerado um poeta contemporâneo de autoridade reconhecida é preciso agradar a gregos e troianos. Escrever coisas cotidianas, fotografias da janela do ônibus, paisagens do interior... Ou ser de linguagem hermeneuticamente hermetica, originar enlaces que nem os entendidos entenderão. Ora, não me enquadro em nenhum desses quadros quadrados. Escrevo mesmo é pra mim egoisticamente pra mim e repito rima sim uso clichê, falo de meus sentimentos supiro, minto, apago, rabisco junto o que eu quiser com o que eu quiser Até cansar e dormir.

Segunda-feira

Toda melancolia será bem vinda para que escreva outra rima sem nexo na solidão no tédio do sono atrasado pelo cansaço de uma vã segunda-feira não há comida na geladeira uma garrada de cerveja felicidade é tão passageira

Um poema de amor

Te dou esse poema pequenino e sem tema apenas para que guardes de recordação de quem por ti sentiu afeto e admiração. Caso não se recorde de mim considere saudosismo um saco não queria juntar coisas inúteis ou ver esse papel amarelar recomendo ler e descartar. Não precisa ler devagar refletir ou interpretar aqui não há entrelinhas é só ler e amassar. Como se amassa extrato de banco panfleto de sinal de transito e poemas de amor não correspondido.

As estações

Outro dia cheguei a nevar de tão fria que... deixa para lá. Não aconteceu flor apesar de todo o amor a semente secou. escrevi a lápis no papel amarelo folhas de desejos. No calor de minhas angustias, fiz nascer teu melhor sorriso.

Eu poeta

Inalcançável, me retiro para o deserto ou para meu quarto e espero O passar das horas dias, meses e anos, apenas para ter certeza da minha natureza errante, anacoreta, um livro, um pedaço de papel um lápis ou uma caneta.

Festa

chorei

uma taça inteira de champanhe

acompanhada de canapés de soluços

Mentira,

não sou adepta ao drama

prefiro comédia romântica

Brindei

ao nosso namoro, noivado e casamento

que aconteceram nos meus pensamentos

Comi

sonhos, bem-casados e amores-perfeitos

me empanturrei de desejos

rodopiei

ao som do teu bolero

espero, espero, espero...

Enebriada

pelo vinho da ilusão

fui acordada pelo chão.

Devaneio

Uma lágrima contida Um caminho só de ida Uma vontade infinita Palavras não ditas A flor que não desabrocha O rio que não deságua A água que não fura a rocha Mal-ditas O vinho que não aquece o toque que não acontece o pensamento que se perde Devaneio...

Do concreto ao Abstrato

Era um concreto em forma de prédio reto, ereto, e$perto, que desmoronou no asfalto, num ato, totalmente abstrato.

Apartamento

Apertamento aprisionada em 25m² num terreno fantasiado no alto. Aperta minha gaiola de telas de plástico equilibrada no alto. Apt canto nu alto.

Asfalto

Asfalto A-fas-to As...falto As flores passam

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