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Trajeto à direita

Saio da Rua Em Que Moro, no sentido para onde não praia e viro à direita na rua dos Azulejos Brancos. Cruzo a Avenida Dos Engarrafamentos e sigo pela Rua Da Academia. Dobro à direita na Pracinha Malcuidada e pego a Rua Da Padaria Cara. Sigo reto desviando dos buracos, das bicicletas, das carroças puxadas por homens-jumento, dos carros estacionados, dos carros que vem no sentido contrário (que desviando de outros carros invadem a minha faixa) e dos pedestres sem calçada.

Desvio do cachorro sem dono.

Viro à direita no sinal vermelho. Estou na Rua dos Sinais. Todo sinal fica vermelho quando é para mim. Será um sinal? Espero minha vez. Autômatos noutros carros. O sinal ainda fechado.

É preciso botar a máquina para rodar...Acelero, buzino, xingo, grito, corto pela direita, pela esquerda, interessa é chegar. Mais um sinal, não desisto, viro à direita e sigo...na Rua da Meritocracia, onde meretrizes ensinam aos valores da sociedade ao nascer Da Aurora.

Aurora que nem mais atinge o quarteirão, bloqueada pelos paredões de concreto. Diminuo a velocidade, a cancela se abre, adentro o concreto, mas um dia de objeto.


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